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Enquanto Léo Moraes faz cena nas redes, seu líder na Câmara tenta garantir veto contra projeto que beneficiaria consumidores no Porto Velho Shopping 4h293s
Segunda-feira, 26 Maio de 2025 - 21:45 | Redação 2f322o

O discurso nas redes sociais não combina com as ações istrativas do prefeito de Porto Velho, Léo Moraes. Em pelo menos duas ocasiões recentes, ele apareceu publicamente como “defensor do consumidor”, arrancando placas de proibição de estacionamento ao redor do Porto Velho Shopping. No entanto, nos bastidores do poder, sua gestão atua na contramão desse discurso: vetou integralmente o Projeto de Lei nº 1358/2025, de autoria do vereador Devanildo Santana, que visava reduzir e regulamentar as tarifas de estacionamento no próprio shopping.
A proposta, que deve ir a votação nesta terça-feira (27) na Câmara Municipal, estabelece tempo de tolerância e valores diferenciados para quem utiliza os diversos serviços públicos instalados dentro do shopping, como Tudo Aqui, Semusa e Polícia Civil, a exemplo do que já acontece com outros setores instalados no local. Segundo Santana, a medida buscava corrigir uma injustiça social, já que muitos dos usuários desses serviços são justamente os mais vulneráveis. “Quem vai tomar vacina, fazer uma identidade ou consultar com clínico popular tem que pagar os mesmos R$ 12 que quem vai ao cinema ou restaurante. Isso não é razoável”, criticou.
A incoerência, porém, não para no veto. O líder do prefeito na Casa, vereador Breno Mendes, mobiliza a base governista para garantir a manutenção da decisão de Léo, mesmo após ter apoiado o projeto durante sua tramitação inicial. A virada repentina levanta suspeitas de perseguição política, já que Santana ou a votar contra os interesses do Executivo.
A atitude de Breno Mendes, que carrega o autointitulado título de “Fiscal da Lei”, também remonta a um ado político controverso. Ex-chefe de gabinete, ele foi figura central em um núcleo de articulação política acusado por vereadores de dificultar o o ao gabinete e de atuar de forma autoritária junto às secretarias. À época, sua gestão nos bastidores do Palácio Tancredo Neves foi alvo de críticas pela condução truculenta e falta de diálogo com o Legislativo.
Além disso, Breno já se envolveu em episódios públicos de confronto político, protagonizando bate-bocas nas sessões plenárias e sendo lembrado por sua habilidade de defender o que for conveniente ao poder de turno. Sua postura atual não surpreende os que o acompanham: hoje é defensor ferrenho do governo Léo Moraes.Enquanto isso, a conta continua a ser paga pela população. Apenas com o aluguel dos espaços utilizados por órgãos estaduais no shopping, o Governo de Rondônia desembolsa quase R$ 700 mil por ano — sem que isso reverta em qualquer alívio ao bolso do cidadão que precisa dos serviços e, ainda assim, é obrigado a pagar tarifa cheia no estacionamento privado.
Ao vetar o projeto, Léo Moraes e sua base, liderada por Breno, demonstram não só incoerência, mas também descaso com a população mais vulnerável. A retórica nas redes sociais perde a força diante da prática institucionalizada de proteger interesses privados — ainda que à custa do consumidor, justamente aquele que o prefeito diz defender.
A votação desta terça-feira será mais do que uma decisão legislativa: será um termômetro do quanto o discurso fácil pode resistir ao peso dos interesses políticos e econômicos.